SAIBA COMO HIPNOSE pode ajudar a tratar vícios, traumas, e melhorar a aprendizagem,

A hipnose harmoniza todo o funcionamento interno do organismo. Estudos recentes apontam que essa terapia complementar contribui para o sucesso de tratamentos antitabagismo, onde os pacientes têm até 4,5 mais chances de se livrar do vício do que em métodos tradicionais. A seguir, o hipnoterapeuta e psiquiatra Jairo Mancilha, diretor do Instituto de Neurolinguística Aplicada (INAp), explica esse e outros benefícios da hipnose. Nos dias 27 e 28 de abril, sábado e domingo, será realizado o curso Linguagem Hipnótica, Hipnose e Auto-Hipnose. 
É verdade que a hipnose é eficaz no tratamento de vícios, como o fumo? 
Jairo Mancilha - A hipnose é excelente ferramenta para tratar vícios. Inclusive, pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, publicaram recentemente um estudo que afirma que os fumantes submetidos a sessões de hipnose têm 4,5 mais chances de deixar o vício do que os que usam métodos convencionais, como reposição de nicotina, drogas e aconselhamento comportamental. Porém, é importante destacar que a hipnose é uma ferramenta de apoio. O paciente não pode simplesmente querer ser hipnotizado para parar de fumar. Ele precisa querer abandonar seu vício, e aí sim a hipnose pode ajudá-lo, atuando tanto no nível inconsciente, quanto consciente. Isso porque, no estado de transe, a pessoa fica receptiva a sugestão, ela acredita e aceita o que é dito, sendo estimulado a mudar com as sugestões do especialista. 
Ao atuar no inconsciente, a hipnose pode trazer à tona traumas e conflitos antigos guardados? Como isso contribui para resolvê-los? 
A hipnose atua no inconsciente e ela pode trazer traumas passados. Por exemplo, a fobia, geralmente tem uma raiz no passado, numa primeira experiência que originou aquela fobia. Um trauma passado está no inconsciente. A pessoa em transe tem a capacidade de acessar, voltar lá e reviver aquilo e revê-lo com olhos atuais, com mais recursos que têm hoje, e não com os olhos daquela época. Todo o conhecimento e a experiência que ela tem atualmente a ajuda a ver aquele trauma passado com outros olhos e resignificá-lo. O fato de reviver aquilo, atualiza aquela experiência passada na vida da pessoa, para que ela perceba que ela sobreviveu, que aquilo passou. Geralmente, é possível curar um trauma com esse tipo de regressão. Em transe, a pessoa tem uma hiperminésia, ela se lembra de coisas, e pode encontrar traumas que estão esquecidos há muito tempo. Podem ser traumas maiores que estão inconscientes, como se o inconsciente se defendesse daquilo. E trazer isso à tona é muito bom, porque a pessoa libera uma energia que está presa, ele se torna mais livre, mais solta, mais relaxada. Tira aquela contração que ela tinha na vida. A hipnose resolve isso de forma eficaz. 
Quais são as outras aplicações da hipnose? 
Jairo Mancilha - A hipnose tem inúmeras indicações. Ela pode ser usada na terapia, na cura de fobias, tratamento de depressão, contra dores, em estudantes com dificuldade de aprendizagem, crianças com dificuldade de dormir ou que ainda não levantam para ir ao banheiro à noite, mudança de hábitos, emagrecimento, conquista de metas, entre muitas outras aplicações. Ela é uma ferramenta eficaz na preparação para um evento importante na vida, como por exemplo, na preparação de um atleta para vencer uma competição. 
E quais são os principais benefícios da hipnose? 
Jairo Mancilha – Com a hipnose, o especialista ajudará seu paciente a relaxar, controlar o estresse, a ansiedade, a insônia e as dores, por exemplo. Ela ativa a mente inconsciente, colocando a pessoa em contato com seus recursos internos e harmonizando a saúde. A pessoa em transe, mesmo sem o especialista entrar em contato com ela, começa a harmonizar todo o funcionamento interno do organismo. São inúmeros os benefícios. 
Qual a função da hipnose para preparar a pessoa para situações que costumam gerar grande expectativa como uma apresentação em público ou numa prova, por exemplo? 
Jairo Mancilha - A hipnose é uma excelente maneira de preparação para apresentações em público e em provas. Uma pessoa que vai fazer uma prova geralmente está muito insegura, às vezes, ansiosa. O especialista coloca a pessoa em transe, ajudando-a a visualizar-se vivenciando aquela situação no futuro da maneira que ela deseja: tranquila, segura, lembrando-se de tudo. Desse modo, prepara-se o caminho para o acontecimento. No momento real da prova ou da apresentação, a pessoa estará vivenciando aquilo pela segunda vez, pois já passou pela situação no inconsciente. É uma técnica chamada “pseudo-orientação no tempo”. Além disso, no transe pode-se fazer sugestão pós-hipnótica para o momento da prova, como por exemplo, que ao abrir o questionário, a pessoa vai respirar fundo três vezes. 
Durante a sessão de hipnose, seria possível fazer algo que a pessoa não queira? 
Jairo Mancilha - Isso é um mito. A pessoa não faz nada que vá contra ela em transe. Outro mito é o risco de não voltar do transe. Isso não existe. Todo mundo volta do transe, pois ele é algo natural. Trabalho há mais de 20 anos com hipnose e nunca tive problema ou complicação. Pelo contrário, a hipnose só proporciona benefícios aos meus pacientes. 
Resumidamente, o que difere a hipnose clássica da hipnoterapia ericksoniana? 
Jairo Mancilha - A hipnose clássica é mais rígida e autoritária. O modelo clássico é induzir um transe e fazer sugestões diretas para a pessoa mudar e conseguir o objetivo dela. A abordagem ericksoniana é mais moderna e trabalha com sugestões indiretas e metáforas, pois o trabalho foca em padrões de linguagem mais indiretos, sendo mais flexível, em um processo sutil e respeitoso. Hoje, o especialista ajuda a pessoa a fixar a sua atenção no corpo, nos sentidos, até que ela fique bem relaxada – é um processo bem natural. Com o paciente relaxado, tem início o processo de sugestão, ou de regressão de idade. Também pode-se colocar o paciente no futuro, vivenciando sua meta. Assim, ela acessa mais recursos internos do paciente para a mudança. Existem também técnicas de auto-hipnose. 

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