O VALOR SIMBÓLICO DOS ANAIS


Das experiências, o indivíduo aprende que as limitações do seu próprio corpo e que é uma entidade completamente separada surgindo, então, com o conceito de entidade separada, o ego original, que é, diz-se, um ego-corpo.
São da fase oral os elementos básicos de muitos impulsos parciais, que poderão se
manifestar em uma fase qualquer, inclusive na adulta, como o beber, o falar, o comer
em excesso; o agredir com palavras,(correspondendo ao morder), como xingar,
humilhar com palavras, fazer gozações, ser sarcástico; ser passivamente protegido (o
mesmo que ser alimentado como uma criança); engolir uma pessoa, que é o mesmo
que devorar alguma coisa. O oposto também presume um caráter oral: a frugalidade no
comer, correspondendo à relutância em falar.
 Nesta fase, as energias libidinais centralizam-se na retenção a expulsão das fezes e
muita atenção é direcionada ao controle do esfíncter anal (treinamento higiênico) e
neste ato, estão envolvidos um grande prazer e um marcante sentimento de realização.
Constituem, também, experiências gratificantes, controlar seu próprio corpo e os pais,
agradando-os, aborrecendo-os ou preocupando-os, por meio do controle do esfíncter.
Aliás, as raízes da ulterior conduta obsessiva-compulsiva, em que há muito de refrear,
controlar, liberar, relacionam-se, diretamente, com as ações que caracterizam, a fase
anal. Do mesmo modo a capacidade de sujar alguém e de, com isso, sentir um grande
prazer. Nesta fase manifesta-se, também, o fenômeno que poderá vir à caracterizar alguém: a ambivalência, que é a simultaneidade de sentimentos antagônicos (amor e ódio),
correspondendo ao forte desejo de reter e expelir fezes.
É uma fase de desenvolvimento, também, narcisista e auto-erótica.

O VALOR SIMBÓLICO DOS ANAIS
Dentre os produtos que a criança elabora, as fezes assumem um lugar central na fantasia infantil. São objetos que vêm de dentro do próprio corpo, que são de certa forma, partes da própria criança. São objeto que geram prazer ao serem produzidos.
Durante o treino de esfíncteres, as fezes são dadas aos pais como prendas ou recompensas. Se o ambiente é hostil, são recusadas. A nós adultos, pode parecer
ingênuo enfatizar tanto o valor psicológico das fezes. Pois bem, observaremos uma
mãe ensinando a criança a utilizar o “troninho” ela elogia o esforço da criança, incentiva, torce para que ela consiga e, quando o produto finalmente vem, é recebido com honrarias; canta-se “parabéns” e “pique-pique” para cocô. Todo este processo é vivido por nós como absolutamente normal.
Quando o desenvolvimento é normal, ou seja, quando a criança ama, sente que é amada pelos pais, cada elemento que a criança produz é sentido como bem valorizado.
O sentimento básico que fica estabelecido a levará em todas as etapas posteriores da
vida, sentir que ela é adequada e que seus produtos são bons; portanto estará sempre
livre e estimulada a produzir. Temos visto vários livros correlacionando fase anal com
capacidade artística. Isto é só uma parte do processo. Sentimento de que o que produzimos é bom é necessário para todas as relações produtivas que estabelecemos
com o mundo. Produzimos no trabalho, e temos de sentir que nosso produto é bom,
produzimos filho e temos de sentir que nosso produto é bom. Só poderemos criar se
houver um sentimento interior de que nossos produtos são bons.

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