Programação neurolinguística e hipnose viram 'armas' de concurseiros

Alex Dal Pont utilizou a programação neurolinguística para melhorar a ansiedade e manter o foco (Foto: Arquivo Pessoal/Alex Dal Pont)Ansiedade, estresse, problemas de concentração e memória. A lista de distúrbios circula em meio a concurseiros que passam muitas horas debruçados sobre os livros. Para melhorar o desempenho e o foco, estudantes têm recorrido a técnicas inusitadas, como a hipnose e a programação neurolinguística (PNL).
O psicologo Aguinelo j da luz, que trabalha com hipnose há 14 anos, garante que a técnica é uma forma de obter atenção concentrada, mas lembra que a hipnose é contraindicada a pacientes com algumas doenças neurológicas — como os males de Parkinson e Alzheimer. A prática milenar é regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) há 15 anos e reconhecida como prática médica desde 1999 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) (veja no vídeo acima como é feita a sessão de hipnose).
"A hipnose é considerada uma terapia breve e focal. A sessão custa R$ 180 e demora de 45 a 50 minutos. Para quem estuda, ela pode ter várias utilidades. O candidato geralmente fica muito ansioso, porque são muitas matérias para estudar, desde o dia que sai o edital, até o dia do concurso", diz Miriam, acrescentando ainda que o número de sessões vária de cada pessoa – em média, segundo ela, com dez sessões já se percebe um melhor aprendizado.
Segundo o psicologo, a hipnose pode ser utilizada como um método investigativo ou em tratamento contra males como depressão, ansiedades, fobias, síndrome do pânico, estresse, estresse pós-traumático, tiques, obesidade, tabagismo, dificuldade de aprendizado, transtorno do sono, baixa autoestima, compulsões, estresse, tartamudez (gagueira), doenças psicossomáticas, dores de forma geral, sobretudo enxaquecas.
Dificuldades com OAB
Formada em direito há cinco anos, Thalita recorreu à hipnose porque teve dificuldades para passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Hoje em dia, estuda para ser delegada da Polícia Civil.
"Eu sempre tive muita dificuldade para me concentrar estudando, dificuldade de ler. Já tinha feito alguns exames da OAB, mas não obtive êxito, sempre ficava por poucas questões. Eu faço tratamento há 2 anos e melhorou muito. Hoje eu tenho muita facilidade para pegar um livro e ficar de 2 a 3 horas lendo", explica.
A advogada conta que sua rotina de estudos mudou após a hipnose, sobretudo após o almoço. "ela faz um exercício de auto hipnose..
Alexandre da Silva Martins durante sessão de hipnose
Alexandre da Silva Martins, de 43 anos, utiliza a hipnose desde 2005 para aumentar suas chances de aprovação em concursos. “O retorno é muito promissor e gratificante”, ressalta. Formado em letras, atualmente ele trabalha como técnico do Ministério Público e pretende passar em um novo concurso e aumentar sua remuneração.
“Durante a prova consigo ficar mais concentrado, calmo e tranquilo, e menos ansioso. Consigo racionar melhor e corro menos risco de esquecer alguma coisa que eu sei”, diz Martins.
“Quando a pessoa está hipnotizada ela não perde a sua capacidade de raciocinar. Pelo contrário, ela consegue resolver problemas complexos, fazer improvisos e ainda manter uma capacidade crítica sobre o que lhe está sendo sugerido.
Alex Dal Pont utilizou a PNL para melhorar a
ansiedade e manter o foco
Programação neurolinguística
Outra novidade nos estudos é o uso da programação neurolinguística (PNL), um sistema de conhecimentos que surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, no início dos anos 70, e que é utilizada até hoje. Ela oferece um modelo que ajuda a entender melhor como o ser humano pensa, age e se comunica, para que cada um seja capaz de identificar e aproveitar suas capacidades para alcançar os resultados que deseja.
O nome “programação neurolinguística” resume os três pontos complexos que são estudados pela disciplina. O "neuro" remete à mente, onde processamos nossas experiências por meio dos cinco sentidos. "Linguística" refere-se à linguagem ou a outras formas de comunicação não verbais. O termo "programação" pode ser entendido como uma comparação entre a mente humana e um computador, segundo a Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística.
“A PNL atua estimulando o cérebro a obter uma sequência eficaz que abrange a organização do pensamento, a capacidade de compreensão da leitura com a retenção do conteúdo e a produção da escrita organizada, através de técnicas específicas, favorecendo o indivíduo a obter êxito em seu aprendizado”, afirma a fonoaudióloga Mônica Rosa.
Segundo Mônica, a PNL ajuda os candidatos que farão concursos por meio do ensinamento do uso adequado dos sistemas representacionais da linguagem, memória e aprendizagem e uso de mapas mentais. Ela pode ser praticada em um treinamento semanal, de acordo com os objetivos e metas do indivíduo ou realizado de outras maneiras que atendam os padrões específicos de cada pessoa.
Técnicas de oratória
O engenheiro mecânico Alex Dal Pont, de 36 anos, descobriu a PNL quando recorreu às técnicas de oratória para aprimorar suas habilidades de interação e transmissão de conhecimentos. “Ao internalizar as técnicas PNL, percebi uma maior autoconsciência sobre as emoções e atitudes, permitindo um maior controle. Nas horas em que a ansiedade toma conta, as técnicas ajudam a manter o foco em sua meta e o auto equilíbrio, liberando o potencial para atingir o resultado desejado”, ressalta.
Já Jennifer Conte Velasco, de 34 anos, ainda busca uma vaga no corpo de oficiais da Marinha. “Descobri a PNL por indicação de um amigo. Eu não acreditava muito, mas os resultados dele foram tão notórios que decidi tentar. Acho que a principal e mais importante diferença é a melhora significativa na concentração e na organização das ideias. A pessoa fica muito mais focada nos seus objetivos, facilitando o estudo e consequentemente promovendo uma melhora satisfatória no rendimento final”, diz ele.

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